título original: (Sin Noticias de Dios)
lançamento: 2001 (Espanha)
direção:Agustín Díaz Yanes
atores:Victoria Abril, Penélope Cruz, Demián Bichir, Fanny Ardant.
duração: 95 min
gênero: Comédia
Sinopse:
O céu está vazio, o inferno está cheio. Cada alma é disputada com unhas e dentes pelos dois espectros. Quando parece que uma contusão no cérebro vai encerrar a vida do boxeador mexicano Manny (Demián Bichir), duas agentes sobrenaturais são enviadas para tentar conquistar sua alma: uma é um anjo de um céu que se parece exatamente com o melhor de Paris e onde todos falam francês. A outra é uma garçonete do inferno, enviada para seduzi-lo a passar o resto da eternidade numa prisão pintada de vermelho, onde todos falam inglês.
Para resumir, quando o filme começa, ficamos sabendo que o Céu está em crise. A gerente operacional do lugar, Marina D’Angelo (Fanny Ardant), descobre, contudo, que se conseguir salvar a alma de um boxeador mexicano, Manny (Demian Bichir), pode afugentar os maus tempos. Já no Inferno, o problema do administrador, Jake Davenport (Gael Garcia Bernal), é diferente. Ele tem informações que indicam a organização de um golpe, capaz de lhe derrubar do poder. Os dois lados têm interesse na alma do tal boxeador e, então, enviam emissários à Terra.
O anjo encarna na caixa de supermercado Lola (Victoria Abril), que no Céu é uma diva cantora de óperas. O demônio vira a supervisora de mercado Carmen (Penélope Cruz), garçonete no Inferno. A primeira surge na vida de Manny como uma ex-mulher. A segunda, como uma prima distante que lhe pede abrigo temporário na cidade. Morando juntas, as duas rivais começam uma louca corrida pela alma do boxeador.
No filme, Deus está em depressão e desapareceu do Céu – e essa é a idéia básica que sustenta a série de gibis Preacher, de Garth Ennis. A própria seqüências de abertura do filme, que mostra os dois anjos vestindo máscaras sorridentes e armando enormes trabucos para praticar um assalto, empresta elementos de filmes como “Caçadores de Emoção” e “Cães de Aluguel”. Ou seja, a pretensão de “Sem Notícias de Deus” é de virar um compêndio de cultura pop. Nisso, ele falha miseravelmente – a pretensão exala de cada polegada de celulóide, o que sempre resulta em bobagem.
Além disso, em certos momentos do filme, quando os personagens questionam o motivo de uma única alma poder afetar o equilíbrio Céu/Inferno, as respostas soam como se o cineasta não fosse capaz de criar uma resposta adequada a essa pergunta. “Às vezes, coisas que parecem ser insignificantes se tornam cruciais”, balbuciam as personagens. Obviamente, isso não faz o menor sentido. Esse furo no roteiro é particularmente importante porque funciona como motor de toda a trama. “Sem Notícias de Deus” jamais consegue explicá-lo, e isso depõe contra o filme.
Por outro lado, o longa não se transforma em um pastiche sem nenhuma graça porque tem profissionais de qualidade envolvidos no trabalho. Fanny Ardant e Victoria Abril, em particular, oferecem desempenhos corretos. Já Penélope Cruz e Garcia Bernal deixam um pouco a desejar, mas doro a parte em que Penélope dança kung fu fighting do Fat boy slim.
O resto do elenco cumpre o que se espera, enquanto o roteiro transforma a colagem de temas emprestados com humor.
Trailer:
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