sexta-feira, 25 de março de 2011
FAHRENHEIT 11 DE SETEMBRO
FICHA TÉCNICA
Diretor: Michael Moore
Elenco: Michael Moore, George W. Bush (imagem de arquivo).
Produção: Michael Moore
Roteiro: Michael Moore
Duração: 110 min.
Ano: 2004
País: EUA
Gênero: Documentário
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Miramax Films
Sinopse
O diretor Michael Moore investiga como os Estados Unidos se tornaram alvo de terroristas, a partir dos eventos ocorridos no atentado de 11 de setembro de 2001. Os paralelos entre as duas gerações da família Bush que já comandaram o país e ainda as relações entre o atual Presidente americano, George W. Bush, e Osama Bin LadenMichael Moore investiga como os EUA se tornaram alvo de terroristas a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001. Além disso, o documentário traça paralelos entre as duas gerações da família Bush e, também, as relações entre George W. Bush e a família de Osama Bin Laden.
Além de abalar as estruturas do governo Bush, além de se tornar o porta-voz de bilhões de pessoas pelo mundo que não suportam a arrogância militarista norte-americana e além, é claro, de ficar rico, o cineasta Michael Moore está promovendo uma outra revolução: a dos documentários "politicamente corretos". É o fim de uma era. Após o sucesso do estilo Moore, os documentaristas estão livres, liberados daquela tentativa gélida de transmitir com seus fimes uma falsa sensação de imparcialdade. Ora, se realmente o Meio é a Mensagem, ninguém é imparcial. E Moore põe por terra a aborrecida máscara "correta", da investigação eqüidistante, da frieza dos fatos. Temos agora um novo estilo de se fazer cinema documental, onde o documentarista intervem, opina, conduz, sim, seus entrevistados, edita tendenciosamente da maneira que melhor lhe convier, enfim, faz tudo aquilo que sempre foi considerado "errado" no gênero. Problema? Nenhum. Todo mundo sempre faz isso, só que de maneira velada. Moore escrachou, escancarou, levando (e elevando) o cinema documental ao status de blockbuster. E se supera em Fahrenheit - 11 de Setembro, produção que custou US$ 6 milhões e já rendeu mais de US$ 100 milhões nas bilheterias nos EUA, número impensável para o gênero até há muito pouco tempo. Porém, mais importante que o dinheiro arrecadado é a cruzada do cineasta em não permitir que Bush seja reeleito. Tanto que autorizou que seu filme fosse gratuitamente baixado via internet, para que um número maior de pessoas pudessem ter acesso às terríveis imagens.
Cinematograficamente falando, Fahrenheit - 11 de Setembro atira na tela grande a fórmula denúncia/deboche que Moore sempre destilou em seu antigo programa TV Nation, nos documentários Roger e Eu e Tiros em Columbine e em seus livros. Porém, com um visível amadurecimento estilístico. A decisão, por exemplo, de não mostrar novamente as desgastadas imagens dos atentandos de 11 de setembro, substituindo-as por uma amarga tela totalmente preta e o som dos aviões se chocando na torres, se mostra das mais acertadas e emocionantes. A própria figura de Moore aparece menos que em seus trabalhos anteriores. E todo o destaque é dado para o conteúdo - e que conteúdo! - de suas denúncias. Só faltou dizer que foi o próprio Bush quem armou o atentando contra o próprio país, para se recuperar nas pesquisas de opinião.
Claro que é uma facilidade a mais denunciar e ridicularizar um presidente tão ridicularizável (e ridículo) como George W. Bush. Mas Moore teve coragem. Foi fundo na questão, levantou documentos, registrou imagens impressionantes no Iraque, desmontou o patriotismo tolo do povo norte-americano. Ganhou Palma de Ouro em Cannes e acabou escrevendo o seu próprio nome na história. Do cinema e da política.
Curiosidades
- Em maio de 2004 o diretor Michael Moore declarou que a Walt Disney Pictures havia proibido a Miramax Films, produtora de Fahrenheit 11 de Setembro e sua subsidiária, de distribuir o filme nos cinemas americanos. A proibição realmente ocorrera mas, segundo o Presidente Executivo da Disney Michael Eisner, a decisão havia sido tomada meses antes e Moore apenas a estava revelando no momento para conseguir publicidade para o filme;
- De acordo com o diretor Michael Moore, a desistência da Disney em distribuir o longa-metragem através da Miramax ocorreu devido ao temor de retaliações por parte do Governador da Flórida Jeb Bush, irmão do Presidente George W. Bush, no que se refere aos incentivos fiscais que o estúdio recebe para a manutenção de seus parques de diversões e hotéis no local. A Disney confirmou a proibição, mas negou que fosse este o motivo da decisão;
- Para solucionar a questão os irmãos Bob e Harvey Weinstein, donos da Miramax, compraram por conta própria da Disney os direitos de distribuição de Fahrenheit 11 de Setembro. O valor pago ao estúdio foi cerca de US$ 6 milhões;
- Após a compra dos direitos de distribuição, os irmãos Weinstein fundaram uma nova empresa, chamada Fellowship Adventure Group, e negociaram a distribuição de Fahrenheit 11 de Setembro nos Estados Unidos com a Lions Gate Filmes e a IFC Films;
- O diretor Michael Moore realizou uma entrevista com Nicholas Berg, que posteriormente foi sequestrado e morto por terroristas no Iraque. Em respeito à família de Berg, o diretor decidiu não incluir a entrevista em Fahrenheit 11 de Setembro;
Trailer
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