sábado, 20 de agosto de 2011
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A FELICIDADE NÃO SE COMPRA (1946)
Idioma: Inglês
Direção: Frank Capra
O filme narra a vida de George Bailey, homem simples e idealista que ao longo de sua vida se sacrificou em prol dos outros. Ainda criança, salvou a vida do seu irmão mais novo e impediu que seu velho chefe cometesse um erro, que poderia custar a vida de outra pessoa.Na juventude, teve que abandonar a idéia de fazer uma universidade e viajar pelo mundo para comandar a firma do seu pai. Também abdicou da sua lua-de-mel para, mais uma vez, salvar sua firma da bancarrota. Lutou contra homens poderosos da sua cidade permitindo que muitas pessoas tivessem acesso ao crédito e à casa própria. Enquanto sua própria morada precisava ser renovada. George Bailey era, portanto, um homem que buscava, essencialmente, o bem-estar comum.
Até que, por um descuido, seu tio perde uma quantia em dinheiro que deveria ser depositada no banco, ao mesmo tempo em que um fiscal analisava as contas da empresa. George se viu numa situação das mais difíceis. Poderia até ir para a cadeia por um erro que não cometeu. O desespero de ver sua dignidade descer pelo ralo acaba o impelindo a desistir de seu bem mais precioso: a sua própria vida. A iluminação se torna ofuscada e há um clima de tensão e angústia na face de George Bailey, contrastando com o que vinha se apresentando desde então. Sentimos, ao seu lado, a dor de quem não encontra mais chão sob os seus pés. Até que na hora em que ele iria se jogar literalmente da ponte e por fim ao seu sofrimento, aparece um anjo que faz o personagem ter a oportunidade de vivenciar como seria a vida se ele não existisse, assim era o seu desejo, naquele momento Ele vê que sem a sua intervenção a vida de tantas pessoas mudava para pior. Seu irmão morrera, seu antigo chefe se tornara um bêbado, sua mãe, uma mulher amargurada pelos percalços da vida, e a esposa, uma solitária sem rumo. Com essa visão desanimadora, George implora para ter sua vida de volta. A sua mensagem é a da apreciação das coisas simples que só valorizamos quanto perdemos e que, na maior parte das vezes, são enevoadas pela própria rotina. George perde o que, diante daquelas circunstâncias, rejeitava e, ao verificar isso, percebe o quanto era feliz. Na conclusão otimista, George recebe um bilhete do seu anjo da guarde dizendo “ninguém é um fracasso se tem amigos”. Essa frase se torna um alento a pessoas que se identificam com o personagem e que se encontram em momentos difíceis, claro que aqui é um filme e na trama o desespero dele era conseguir dinheiro e todos os seus amigos arrecadam uma montanha de dinheiro para ajudá-lo.Destaque aqui nesse filme para as cenas deliciosas e comovente como a da casa quando ele chega para sua noite de núpcias após um dia de trabalho e sua mulher Mary arruma uma casa abandonada para passarem a noite.
Nota:9
AMOR À FLOR DA PELE (2000)
Idioma: Cantonês
Direção: Wong Kar-wai
Esse filme conta a história de dois casais e que o diferencial é o jeito, a forma como isso é contado, porque na verdade é sobre traição ,mas especificamente na dec de 60 e ainda por ser uma cultura oriental vemos o quanto é difícil para os personagens aceitarem o fato da traição e da mesma forma fazer algo a respeito. O filme é muito delicado ele filma de um jeito que é como se alguém estivesse espiando o tempo todo , por exemplo quando ele vai na casa dela eles começam a conversar mas o que vemos é um close da porta se abrindo e o foco fica nós pés deles. O inicio do filme é uma jovem e uma jovem ambos casados com outras pessoas fazendo uma mudança numa espécie de casas de aluguel onde moram todos juntos mas cada um aluga o quarto, em nenhum momento do filme o marido de Chan e a mulher do Sr Chon aparecem diretamente, somente sombras ou de costas,o que achei um belo detalhe do diretor.Enfim eles acabam descobrindo que seus parceiros estão se encontrando e tento um caso, os dias os meses passam e eles transformam essa duvida em certeza, e acabam ficando amigos porque ambos gostam de histórias sobre artes marciais e ele acaba escrevendo sobre isso.Ela faz visitas relares e da sugestões sobre a escrita dele.Mas em nenhum momento eles caem em tentações e como ela mesmo diz “não seremos iguais a eles”.Porém ele acaba se apaixonando por ela e no passar dos anos ele não esquece essa paixão, ambos levam suas vidas adiante e um dia depois de muito tempo ambos visitam aquele lugar onde eram vizinhos e que viveram aquela grande paixão mesmo sem nunca terem de fato se entregado a ela.
Nota:9
TARDE DEMAIS PARA ESQUECER (1957)
Idioma:Inglês
Direção:Leo McCarey
Um filme pra ser lembrado, de como uma história simples contada de forma original e bem feita pode dar muito certo.O filme começa com uma viagem de navio e um excelente dialogo, ágil inteligente e engraçado entre um homem e uma mulher ambos comprometidos com outras pessoas mas com uma inegável atração mutua.Eles acabam resistindo a tentação mas não a amizade e assim chamam esse sentimento ficam juntos o tempo todo mas tentam evitar comentários no navio disfarçando seus encontros, o novio atraca e ele leva a jovem e bela moça a conhecer sua adorada avó, uma velhinha simpática que vive em um pequeno paraíso e ela e a jovem se dão muito bem.De volta ao navio descobrem que todos sabem de seu relacionamento e lá juram amor e prometem se encontrar daqui 6 meses no Empire State Building no andar mais alto.Eles então voltam para seus respectivos noivo e noiva e de fato eles sabem que não são afortunados como eles ambos são sustentados pelos seus parceiros e se decidirem seguir com esse amor ficaram pobres.Porem cada um da um jeito de levantar uma grana e sustentarem por si só ele pintando e ela cantando , depois de 6 meses chega o dia de eles se encontrarem, mas ela a caminho sofre um acidente e fica paraplégica ele sem saber de nada a espera a noite toda, desiludido ele segue sua vida, porem em um teatro eles se reencontram ela não quer dizer nada para ele , sobre o acidente, mas ele acaba indo a sua casa e descobre porque de fato ela não foi ao seu encontro eles então ficam juntos numa cena romântica bem a estilo clássico de Hollywood.O filme todo são seqüências de clichês mas tem uma ternura inigualável nas cenas de cantoria e é salvo por inúmeros diálogos brilhantes.
Nota:9
REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (1940)
Idioma: inglês
Direção: Alfred Hitchcock
Esse filme fica difícil pra mim dar uma nota ao ate mesma dizer se gostei ou não, mas já explico o porque.
Esse filme começa de um jeito bem casual sem nenhuma pretensão o rapaz rico conhece moça pobre e órfã e decide casar com ela, até ai nada demais, claro que em algumas cenas mostra um certo mistério em volta do mocinho mas nada que poderia comprometê-lo só mais para fazer um charme.Porem no desenrolar do filme na verdade nos últimos minutos é que descobrimos uma trama imensa com desvios de caráter e com várias surpresas muito bem boladas.
Acontece que durante todo o filme esse jovem casal fica atormentado pela morte da primeira esposa Rebecca, e a pobre jovem recém casada fica se comparando com ela. E os amigos do rapaz de sobrenome De winter fazem comparações tb e não se cansam de dizer o quanto a rebecca era linda e refinada.E é lamentável que cada lembrança deixa o seu marido muito nervoso, por um bom tempo o filme fica só nesse enredo ate que descobrimos que o pobre rapaz que perdeu a esposa e se lamenta cada vez que ouve o nome dela na verdade pode te-la matado! Em uma rede de intrigas que como falei só descobrimos no final do filme sendo que a rebecca não era amada mas sim odiada pelo seu marido, descobrimos que ela o traia e que poderia estar grávida esse foi o motivo de desentendimento que ocasionou um acidente levando a crer que ele que a tinha matado, com mais uma investigação novas situações aparecem e com um desenrolar rápido e intenso que na verdade Rebecca se encontrava as escondidas com um doutor em Londres e que ele confirmou que ela tinha câncer, desiludida coma vida ela decide transformar a vida do marido num inferno ocasionando propositalmente sua morte e culpando o marido,No fim descobrindo isso sua dama de companhia que durante todo o filme atazanou a vida da pobre moça a Miss De winter como a chamavam ela enlouquece e coloca fogo na mansão, mas levamos pelo lado bom pq o romance que ficou conturbado durante todo o filme no final eles ficam juntos, parece que a tragédia os uniu de verdade.Um bom filme mas o inicio não tem nada para glorificar agora já o final sim.Muito bem feita a cena do incêndio na mansão.
Nota:9
A CAMINHO DE KANDAHER (2001)
Idioma:farsi/inglês
Direção:Mohsen Makhmalbaf
No Afeganistão as meninas nem podiam estudar. O governo radicalizou a situação de desprezo social e isolamento das mulheres desde a infância. Não é permitido nem mesmo andar na frente ou ao lado de seus maridos. Suas vidas destinavam-se apenas ao espaço doméstico, a cuidar da casa, a criar os filhos e a procriar. A protagonista desse envolvente e intrigante filme expressa suas dúvidas quanto à obrigatoriedade do uso das burcas ser apenas uma imposição do governo do Talibã ou se esses mesmos governantes são, na realidade, levados a agir dessa forma por conta das tradições culturais arcaicas do país e de seu fanatismo em relação às mesmas. Importa-nos lembrar que o uso dessa peça de vestuário característica do mundo islâmico tornou-se entre os afegãos num forte símbolo da opressão sofrida pelas mulheres.Ao longo do filme somos informados que as mulheres do Afeganistão são identificadas e são pejorativamente chamadas de "Seaser" ou “Cabeças Negras” pelo fato de ocultarem-se quase que completamente debaixo das burcas.Se não bastasse a discriminação sofrida pelas mulheres, durante vinte anos de sua história recente, mais especificamente nas duas últimas décadas do século XX, os registros dos órgãos internacionais dão conta de que uma pessoa teria morrido a cada cinco minutos, em média, no Afeganistão. A guerra contra os invasores russos, as disputas políticas e sociais internas e a ascensão dos radicais do talibã nos ajudam a compreender um pouco da tragédia humana daquela frágil e pobre nação asiática. A história do país, de tão devastadoras conseqüências nesse passado tão recente, ainda legou ao castigado povo local o drama das minas terrestres espalhadas pelos quatro cantos do país que a todo o momento geram novas vítimas fatais ou mutiladas que choram por próteses que os ajudem a andar.Apesar disso os funcionários da ONU que atuam no país, também representados no filme, procuram manter acesa a chama da esperança do povo que ali vive. "Os muros erguidos contra essas pessoas podem ser altos", diz um deles a Nafas a personagem principal do filme e a algumas meninas que estão trilhando o caminho de volta para o Afeganistão, "mas o céu é muito mais elevado", complementa ele. Mas como alimentar qualquer sonho ou expectativa de dias melhores quando os dados da realidade do país são tão aterradores? "Se soubesse disso (que uma pessoa morreu a cada 5 minutos nos últimos 20 anos no Afeganistão), teria perdido a esperança a cada 5 minutos", diz a jornalista que tenta adentrar as terras de sua pátria para salvar a irmã. A vida das mulheres se deteriorou no Afeganistão com a chegada ao poder do Talibã. A elas foi proibido estudar e ter qualquer tipo de vida social. Isso está transtornando a vida da irmã de Nafas a ponto de fazê-la optar pela morte a viver reclusa e amaldiçoada pelo regime político que agora impera em seu país. E essa morte tem data marcada para acontecer, mais especificamente no dia do último eclipse do século XX.Nafas decide então a deixar a cômoda e segura situação em que vive, como refugiada política no Canadá, para retornar ao Afeganistão para tentar demover sua irmã de sua idéia e tirá-la do país rumo a uma vida melhor na América. Nafas é uma jornalista que escreve matérias sobre a difícil e triste condição de vida das mulheres do mundo árabe, oprimidas sob o manto pesado e quente das burcas em que escondem seus rostos, corpos e identidades.Depois de um período de mais de 25 dias tentando entrar no Afeganistão pelas fronteiras daquele país, Nafas tenta chegar a Kandahar tendo apenas 3 dias antes do eclipse acontecer. Para isso conta com o apoio de um helicóptero da Cruz Vermelha internacional.A primeira e aterradora visão do helicóptero em que está Nafas é um pequeno acampamento onde algumas pessoas deficientes, apoiadas em muletas por não possuírem uma das pernas, movem-se com dificuldade em direção a aeronave a esperar da mesma algum remédio para atenuar sua dor e sofrimento.Para entrar novamente no Afeganistão, Nafas finge fazer parte de uma das famílias que está retornando ao país acompanhada de um séqüito de crianças. As garotas são alertadas quanto aos riscos que irão correr em sua jornada de volta (como as minas terrestres espalhadas na rota de retorno) e também são informadas das restrições que terão em suas vidas.No caminho para Kandahar, figurando como uma das esposas de um dos migrantes, perambulando pelo deserto num pequeno veículo ao lado das crianças e esposas de seu falso marido, Nafas vai aos poucos percebendo hábitos do cotidiano empobrecido culturalmente das mulheres do Afeganistão. Esse filme é apenas um exemplo e um meio para que o resto do mundo veja o que faz o conjunto de fatores como fome, miséria e fanatismo.
Nota:10
UM HOMEM COM UMA CÂMERA (1929)
Direção: Dziga Vertov
Fugindo da narrativa comum, da filmagem encenada, da captação de imagens de atores, Vertov relaciona a aventura de um homem com sua câmera à realidade de seu mundo, à União Soviética naquele momento. Dentro dessas novidades algumas muito radicais estava o êxtase em confeccionar imagens em película Ao redor, de quebra, formulavam-se teorias para salientar a importância da experiência do cinema não só como um veículo único e exclusivo do entretenimento. Dessa forma, construía-se uma visão completamente subjetiva, sem propriamente o envolvimento do diretor com um roteiro, mas a escolha aleatória de imagens a serem registradas. É semelhante às próprias imagens desse filme o homem percorre a rua, sobe em prédios, anda em um carro, sempre mantendo a câmera de pé, tentando registrar tudo e a todos. Seu instrumento de trabalho é um olho que tudo vê sem deixar faltar nada, o filme transporta-se para cantos diferentes de uma nação de pessoas iguais, alguns trabalhadores, outros moribundos – sempre iguais na totalidade cinematográfica, salientando, mais uma vez, a aleatoriedade a favor de um homem com o poder de escolha. Entre outras coisas, criou o “cinema olho”, aplicando de forma clara sua idéia de alguém a traçar os caminhos do cineasta e seu objeto de trabalho. Difícil de definir, seja um documentário ou não,busca registrar os rumos da tecnologia, da força bruta, da velocidade das máquinas, da aventura do protagonista em demasiada distância (“o homem com uma câmera”), do nascimento e união entre as pessoas à suas separações e aos atos incorrigíveis. A câmera que ao fim cria vida e se movimenta, para ser, então, assistida pelo público posiciona-se em cima de prédios e, como um alpinista, logo após a abertura é o homem, o protagonista à distância, que a conquista. Toda a justaposição de imagens não segue, aparentemente, uma regra. Sempre em todos os quadros é o autor quem está acima das convenções comuns para reforçar essa idéia, de total contato entre o criador e as pessoas, doando pouco mais de uma hora a obra, o cinema é focalizado no inicio, voltando a apresentar, depois, tudo à altura da câmera.
Nota:9
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