sábado, 30 de julho de 2011

253° ao 263°


FILHOS DO DESERTO (1933)
Idioma:Inglês
Direção:William A. Seiter

É um filme de comédia da dupla classica o gordo e o magro, que na verdade vi acho que a muito tempo uma unica vez e voltei a ve-los agora nesse filme hilário.Para participarem da Convenção Anual dos "Filhos do Deserto", em Chicago, Ollie se faz passar por doente e consegue que um médico lhe prescreva uma longa viagem oceânica para o Havaí. Assim, ele e Stan dizem às esposas que farão uma viagem de navio à Honolulu para tratamento médico. De volta, ao chegarem à casa de Ollie, lêem num jornal que o navio que os teria supostamente conduzido ao Havaí, afundou. Stan entra em pânico. Quando Betty e Lottie se aproximam, eles se escondem no sótão.
As duas resolvem ir ao cinema e, lá, assistem a um jornal cinematográfico sobre a Convenção de Chicago, no qual Stan e Ollie são focalizados. Assim, elas descobrem tudo sobre a farsa.Betty diz à Lottie que Stan irá confessar. Ao voltarem do cinema, elas encontram Ollie e Stan, que lhes falam do naufrágio e de como eles foram resgatados. Stan e Betty vão para casa, que fica ao. lado. Ollie sugere à Lottie uma viagem até as montanhas, mas esta passa a arremessar pratos contra o marido.Uma vez em casa, Betty oferece um drink a Stan, ao mesmo tempo em que lhe diz que a melhor política é aquela que se baseia na honestidade.
Na cena final, Stan aparece fumando um cigarro e dizendo a Ollie: "Betty me disse que a melhor política é a honestidade."
É realmente delicioso, criativo e com gags engraçadíssimas. É difícil estimar quanto do sucesso do filme se deve a ele.No elenco, a dupla está magnífica, com ênfase para Stan Laurel, que brilha da primeira à última cena. Merecem ainda destaques, as ótimas atuações de Mae Busch, Dorothy Christy e Charley Chase.
Enfim, é um ótimo programa para quem está a fim de dar umas boas risadas e aliviar suas tensões.
Nota:9





A REGRA DO JOGO (1939)
Idioma:Francês
Direção:Jean Renoir

O filme é notório por realizar uma crítica da hierarquia social e, principalmente, à alta burguesia francesa da época. A trama gira em torno de vários representantes da classe mencionada, às voltas com, dentre outras coisas, suas relações amorosas os códigos morais e sociais que deveriam seguir, a relação com seus empregados e a presença da morte. O próprio Renoir faz um papel no filme, atuando como o otimista amigo Octave.A um grande ponto a favor é o fato de que ele demonstra como a futilidade e alguns problemas humanos não são específicos de uma classe social apenas. O roteiro é feliz ao retratar algumas situações e decisões errôneas entre os ricos e os pobres da mesma forma, mas não deixa de ser perspicaz ao mostrar que a maior das diferenças é que os ricos sofrem e erram com classe e elegância a ótima cena final, o que não deixa de ser uma síntese da sátira presente em todo o filme. A cena da caça, que ocupa um grande tempo, é uma demonstração perfeita da ignorância criticada acidamente, ao mostrar seus personagens matarem cruelmente um bando de animais por simples entretenimento. Apesar de filmada de forma simples, é uma cena mais forte do que muitas que o cinema atual consegue nos mostrar.Como obra cinematográfica o grande destaque d é sem dúvida seus ótimos diálogos e também algumas ótimas cenas, como o show teatral na casa de campo.Outras vezes, porém, somos apresentados a cenas quase tolas, inocentes, ou mesmo exageradas. Ainda assim, quando há muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, Renoir se vira muito bem ao mostrá-las com energia e planos bem elaborados.Falando nisso, possui muitos personagens, o que origina um grande número de situações diversas e, consequentemente às vezes ficando incompletas. O excesso dessas situações e de outras intrigas, porém, não atrapalha o desenvolvimento dos personagens, pelo menos dos principais, mas há aqueles que nos são apresentados e são simplesmente esquecidos logo em seguida (por isso a palavra “incompletas” foi utilizada acima). Infelizmente, o filme não escapa de um ritmo lento porque insiste em uma grande quantidade de diálogos. Afinal, em meio a tantos textos inspirados, sempre há espaço para alguns desnecessários ou excessivamente longos cito como principal ponto negativo do filme o fato de as mulheres serem endeusadas e protegidas ao extremo. Pois enquanto os problemas dos personagens advêm principalmente da falta de decisão delas e da infidelidade originada por elas, são os homens quem sempre pagam por isso, muitas vezes com suas vidas ou, no mínimo, com sua infelicidade. Não acredito que tenha ocorrido um desenvolvimento proposital desse tipo de situação por parte do roteiro, mas é o que acaba acontecendo.
Nota:8



NINOTCHKA (1939)
Idioma:Inglês
Direção: Ernst Lubitsch

É uma excelente comédia romântica que procura satirizar o sistema político comunista da União Soviética.Os diálogos são inteligentes e a direção é consistentemente boa. A química entre Melvyn Douglas, que apresenta uma grande atuação, e Greta Garbo, maravilhosa como sempre, é simplesmente perfeita.A confrontação entre os sistemas capitalista e socialista é exagerada e caricaturada, mas provoca muitas risadas.Três emissários soviéticos, Buljanoff, Iranoff e Kopalski, chegam à Paris com a missão de venderem uma grande quantidade de jóias confiscadas pela revolução bolchevique e que, no passado pertenceram à Grand Duquesa Swana. Ao entrarem no luxuoso Hotel Clarence, Buljanoff diz que seria melhor se eles fossem para o Terminus, um hotel barato onde o governo soviético havia feito as reservas em nome deles. O problema é que só a Royal Suite do Clarence tem um cofre capaz de abrigar todas as jóias.
Um garçom exilado, Conde Alexis Rakonin, ouve o telefonema que Iranoff dá para o joalheiro Mercier a respeito da venda das jóias. Ato contínuo, ele corre até a luxuosa mansão da Duquesa Swana, a fim de lhe contar sobre a missão dos soviéticos. Lá, encontra-se o Conde Leon D'Algout, amante da duquesa, discutindo sobre a possibilidade dela vender suas 'memórias' para a Gazette Parisienne.
No hotel, Mercier examina as jóias e faz uma proposta de compra muito baixa, a qual não é aceita pelos soviéticos. Leon entra na Royal Suite sob o pretexto de falar com Mercier. Ao ver as jóias, decide fazer o possível para que elas não sejam vendidas. Assim, convida os russos para uma noitada parisiense com a intenção de seduzi-los com os prazeres oferecidos pelo capitalismo. Em pouco tempo, corrompidos pela bebida, música e dança, eles concordam que Leon envie um telegrama ao Comissário Razinin, em Moscou. Pouco depois, chega a resposta de Razinin informando a chegada imediata à Paris de uma pessoa para substituir os três russos pela demora em vender as jóias.Para surpresa de todos, a pessoa enviada por Moscou é uma mulher, Nina Ivanovna Yakushova, mais conhecida por Ninotchka. Ao chegar ao hotel, ela critica seus camaradas pelo custo das acomodações.
Ao conhecê-la, Leon decide jogar todo o seu charme para seduzi-la. Inicialmente, ela se mostra uma mulher fria, nada romântica. Ele a acompanha numa visita aos pontos turísticos da cidade, como os Grands Boulevards, o Arco do Triunfo, a Ópera, a Torre Eiffel, Montmartre, entre outros. Ao voltarem, Leon consegue levá-la até seu apartamento numa tentativa de transformar sua rigidez soviética. Depois de um longo monólogo sobre a paixão, o amor e o desejo, ele termina beijando-a, no que é por ela retribuído. Entretanto, ao descobrir que ele é seu adversário no negócio das jóias, ela lhe diz que seu relacionamento deve acabar por ali. De volta ao Hotel Clarence, ela se olha longamente num espelho e se dá conta de que se acha fascinada pela última moda parisiense e menos interessada nas jóias da Duquesa.
No apartamento de Leon, a campainha toca e ele abre a porta. Para sua surpresa, uma tímida Ninotchka entra portando um novo chapéu e um lindo vestido. Os dois terminam declarando seu mútuo amor e resolvem festejar em um clube noturno. Ao saírem de lá, vão até a Royal Suite onde ela se acha hospedada, carregando mais uma garrafa de champagne.Ela se torna sua amante, apaixonada pela primeira vez. Ninotchka e Leon abrem o cofre e admiram as jóias da Duquesa. Leon coloca um lindo diadema na cabeça dela, que adormece em seus braços. Às 11:45 horas da manhã seguinte, Ninotchka é acordada quando a Duquesa invade sua Suite. Ao se levantar, descobre que o cofre se acha aberto e que as jóias desapareceram.A seguir, ela toma conhecimento de que Rakonin havia roubado as jóias, entregando-as à Duquesa. Esta propõe desistir das jóias se Ninotchka pegar o primeiro avião para Moscou sem se despedir de Leon. Ao perceber que não tem outra escolha, ela aceita a oferta da Duquesa, desistindo de Leon para o bem de seu País.Quando Leon toma conhecimento da partida de Ninotchka, através da Duquesa, tenta obter um visa para viajar para Moscou, mas não o consegue. Ele lhe envia uma carta mas, ao abri-la, ela verifica que o texto fora censurado.Ao procurar o Comissário Razinin para lhe entregar uma pasta com seu relatório sobre estudos econômicos para os próximos quatro meses, este lhe diz que pretende enviá-la à Constantinopla para verificar os motivos pelos quais os camaradas Buljanoff, Iranoff e Kopalski ainda não conseguiram realizar uma missão que lhe fora confiada.
Ao chegar ao aeroporto de Constantinopla, ela é recebida pelos três russos e, em seguida, levada para o luxuoso hotel onde eles se acham hospedados. Lá, toma conhecimento que os camaradas não pretendem voltar para a União Soviética, já que se tornaram proprietários de um restaurante que serve comida russa. Buljanoff aponta para a varanda, onde ela vê Leon aguardando-a com um sorriso. Foi ele que arranjou para que ela saísse da Rússia, já que não conseguira o visa para viajar para lá.
Finalmente, ele a convence a não voltar para Moscou e a se tornar sua esposa.
Nota:9




GUNGA DIN (1939)
Idioma:Inglês
Direção:George Stevens

O filme é marcado por cenas de bravura e heroísmo, procura exaltar a honra de servir à Sua Majestade, o Império Britânico. Aspectos políticos à parte, tem tudo para agradar a quem o assiste: uma boa história, um ótimo roteiro, a direção e carisma.
Algumas cenas são memoráveis como, por exemplo, as do elefante sobre a ponte e de Gunga Din, ferido, tocando sua corneta para alertar as tropas britânicas.
Há ainda a ressaltar as magníficas interpretações de Cary Grant, Douglas Fairbanks Jr., Victor McLaglen, Sam Jaffe e Eduardo Ciannelli. Na Índia do século XIX, os fios do Telégrafo são cortados por nativos em revolta contra os britânicos. O coronel Weed ordena que os sargentos Archibald Cutter, MacChesney e Thomas Ballantine façam os reparos necessários.Eles chegam a um Posto Avançado onde todos foram mortos pelos nativos.Um atirador inicia uma batalha e a cavalaria ataca. Ballantine joga uma banana de dinamite para Cutter arremessar. Os três escapam pulando de um muro num rio e voltam.
Ballantine demite-se para se casar com Emmy Stebbins. Bertie Higginbotham se prepara para substituir Ballantine, mas leva uma surra de Cutter e MacChesney e termina no hospital. Assim, Ballantine é obrigado a se juntar aos amigos.
Cutter bebe e sugere a MacChesney que eles poderiam apanhar o ouro de um templo. Mas MacChesney o nocauteia e o prende. Gunga Din, um carregador de água que se tornara amigo de Cutter, usa um elefante para soltar o amigo e os dois fogem. Depois de cruzarem uma ponte para pedestres, eles encontram o templo.
Eles observam o ritual dos nativos. Cutter estrangula um dos nativos e pede a Gunga Din para ir buscar ajuda. Cutter termina sendo preso e torturado. Gunga Din reporta que Cutter foi capturado. Os amigos chegam e são trancados no local onde se acha Cutter. MacChesney é chicoteado.
As tropas britânicas aproximam-se do local sem imaginarem que estão marchando em direção a uma armadilha. Os amigos lutam. Cutter é baleado, MacChesney é dominado, Ballantine é capturado e Gunga Din é ferido por uma baioneta, mas, para alertar as tropas britânicas, ele consegue tocar sua corneta até ser mortalmente ferido. Cutter atira num homem que estava a ponto de degolar MacChesney e Ballantine.
O coronel Weed organiza seus homens para um ataque ao templo e, face à presença de canhões, os nativos se rendem. Os sargentos são, então, resgatados e a Gunga Din são dadas todas as honras devidas a um herói.
Nota:9





TRÁGICO AMANHECER (1939)
Idioma:Francês
Direção:Marcel Carné

Esta obra pode não ser tão conhecida ou apreciada hoje em dia mas é aí que devemos pensar na questão dos paradigmas, para reconhecermos o devido valor dessa obra-prima. Pode estar “ultrapassada” a estética, temática ou mensagem de um filme qualquer, mas, se o diretor conseguiu atingir satisfatoriamente os princípios estéticos buscados, o filme há de merecer grande crédito e colocado dentre os “mais-mais” de todos os tempos o filme narra a história do proletário François que acaba de assassinar um homem em seu apartamento, permanecendo entocado lá por toda a madrugada, enquanto a polícia e toda a população dos arredores tentam fazê-lo descer – por bem ou por mal. Em flashbacks que vão se conectando a momentos dramáticos do cerco a François, este vai se lembrando de como “tudo começou”: incluindo quem era o homem morto e por que ele acabou morto. A última imagem do filme é um dos momentos singulares mais poéticos, cruel, irônica e simbolicamente poéticos: o relógio despertando, de manhã, para um homem morto.
Trata-se de um filme rico em poesia e na maravilhosa fotografia em preto-e-branco.
Nota:9




A MULHER FAZ O HOMEM (1939)
Idioma:Inglês
Direção:Frank Capra

A morte de um dos senadores dos Estados Unidos provoca uma corrida inflamada pela indicação de seu substituto, que está a cargo do governador do Estado de Montana, Hubert Hopper. Marionete do influente industrial Jim Taylor, assim como muitos dos senadores a serviço do país, o governador fica indeciso sobre quem colocar no cargo, mas acaba cedendo à sugestão de seus filhos e indica para a posição o chefe dos escoteiros em Jackson City, Jefferson Smith. A escolha é apoiada também por seus pares corruptos, incluindo o proeminente senador Joseph Paine, que transforma o novo congressista em seu protegido.Sua falta de experiência faz com que Smith não seja levado a sério por seus pares nem por Clarissa Saunders, uma funcionária do Congresso designada para secretariá-lo. Ao tentar se inteirar do teor de alguns projetos, recebe de Paine o conselho de não perder tempo com os mesmos, já que todos foram elaborados por equipes de especialistas altamente qualificados. O velho senador sugere que ele procure escrever algum projeto que venha a beneficiar o Estado deles. Com isso, Paine pretende mantê-lo afastado do esquema de corrupção com o qual se acha comprometido.
Smith resolve, então, desenvolver um projeto para criação de um acampamento para jovens, o qual não só deverá abrigar garotos de Montana, como de outras regiões do País. Ao ouvi-lo falar do mesmo com tanto entusiasmo, Clarissa fica encantada com os sentimentos puros do novo senador, mudando radicalmente sua opinião sobre ele e passando a dar todo o suporte de que ele necessita para levar a cabo sua tarefa.
Concluído o trabalho, ele o apresenta numa das sessões do Senado. Durante sua fala, Smith explica que o acampamento proposto deverá ser levantado nas adjacências de um afluente do rio Willet Creek, em Terry Canyon. Ao ouvi-lo, Paine se retira e aciona um esquema para mantê-lo afastado do Congresso, no dia seguinte, quando deverá ser votada a liberação de verbas para a represa Willet.O poderoso Jim Taylor chega à Washington com material falsificado para desqualificar o jovem senador, caso o mesmo não se dobre ao seu esquema de corrupção. Ao tomar conhecimento do que está sendo montado contra Smith, Clarissa lhe mostra uma cópia do projeto de Paine que visa beneficiar Jim Taylor em troca de altas propinas.Não se dobrando às exigências dos dois corruptos, Smith comparece à sessão que deve liberar US$ 5 milhões para desapropriação, desvio e represamento das águas de Willet Creek. Sabendo que ele pretende denunciar o esquema de propinas, Payne se adianta e, aproveitando-se das falsas provas trazidas por Taylor, requer a imediata abertura de um processo de cassação do mandato de Smith por quebra do decoro parlamentar.Diante de tanto jogo sujo, o jovem senador decide largar tudo e voltar para Jackson City, mas é impedido por Clarissa que, a essa altura, encontra-se por ele apaixonada e decidida a ajudá-lo a desmascarar o sistema de corrupção existente no Congresso.Dominando o regulamento que rege o funcionamento do Senado, Clarissa instrui Smith sobre como agir e recorrer a determinados artigos que lhe garantirão o direito de falar por quanto tempo julgar necessário. Assim, por diversas horas, ele expõe a situação de seu Estado, que precisa se livrar de uma quadrilha de sanguessugas, que controla a máquina política através de propinas pagas a congressistas. No caso da represa Willet, por exemplo, o Sr. Taylor quer vê-la construída para seu proveito próprio.
Ao final de sua fala, ele encara Paine, a quem lembra que ele e seu pai sempre o admiraram por ser o senador um defensor das causas perdidas, aquelas pelas quais vale a pena lutar e até mesmo morrer, como no caso de um antigo conhecido dos dois. Exausto, Smith desmaia a seguir.
Essas últimas colocações do jovem senador batem fundo em Paine que, não suportando as tensões decorrentes, explode aos gritos dizendo que ele é quem deve ser cassado, pois tudo o que Smith falou é verdade!
A trama mostra uma clássica luta entre o bem e o mal.Se há uma clara mensagem que pretende passar é a de que, por pior que seja a adversidade, nunca se deve perder a esperança, e o interessante é que o filme mostra isso sem ser cliche.
Nota:9




O ÚLTIMO CHÁ DO GENERAL YEN (1933)
Idioma:Inglês
Direção;Frank Capra

Em meio à guerra civil chinesa, Megan Davis uma missionária norte-americana, viajou a Xangai para se casar com seu amigo de infância. Separados durante um ataque, Megan é levada como prisioneira pelo comandante militar local, General Yen, intrigado por sua inocência e força, a leva para seu palácio de verão. Megan, a princípio, sente repulsa pelo comportamento bárbaro do seu capturador, mas logo percebe que por trás da crueldade de Yen existe a alma de um poeta e filósofo. E conforme a guerra explode ainda mais ao redor deles, estes dois estranhos acabam envolvidos em uma perigosa teia de desejo, traição e amor impossível.É um filme muito ousado, extremamente à frente de seu tempo. Afinal, ele tem mulher em roupas íntimas, coxas de fora, e, sobretudo, um caso de amor fora do casamento,uma das proibições mais fortes da censura , algo que Hollywood só viria a admitir muitas, muitas décadas mais tarde – e ainda por cima um caso de amor chegado a um sadomasoquismo.
O caso de amor é que me pareceu, em si mesmo, o mais estranho e improvável – talvez por ser chocante e estranho ao universo de Capra. Fiquei me perguntando: Por que raios Megan Davis, uma jovem americana noiva de um missionário religioso na China, iria se apaixonar pelo senhor da guerra chinês, um assassino cruel, que a mantém prisioneira?Humm só se for algum tipo de sado que o diretor colocou sublinarmente,mas esse papo continuamos em outra hora e aqui tenho que me ater aos fatos, de fato é um bom filme e valhe a pena ser visto.
Nota:8




KING KONG (1933)
Idioma:Inglês
Direção:Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack

Entre todos os filmes de monstros gigantes que o cinema já produziu, King Kong é o principal deles.O filme arrecadou 90 mil dólares no final de semana de estréia nos Estados Unidos, um novo recorde para a época, e transformou-se logo em um clássico. Hoje, Kong é um dos principais ícones do cinema de todos os tempos, e já serviu de inspiração para centenas de outros diretores ao longo dos anos.A pouco tempo inclusive com um dos meu atores preferidos, Jack Black.
A história é simples: Carl Denham, um diretor de cinema com mania de grandeza, consegue um mapa de uma ilha misteriosa,Ilha da Caveira. Lá, dizem os rumores, reside um monstro enorme e abominável, então Denham decide filmar o filme de sua vida naquele lugar. Para isso, parte em expedição num navio com sua equipe de filmagem e a atriz que será a mocinha do filme, Ann. Chegando lá eles encontram um mundo totalmente estranho, além da existência do macaco gigante: uma tribo indígena que realiza rituais de oferendas humanas a Kong e animais pré-históricos ainda vivos
O problema é que Ann é seqüestrada por Kong ela seria a oferenda de um dos rituais, e agora a equipe deve penetrar no coração da ilha para tentar resgatá-la, tendo de encarar todos os perigos que ela oferece. A cena mais famosa do filme Kong no topo do Empire State Building acontece apenas perto do seu final, como todas as cenas de Nova York, ou seja, a grande maioria do filme passa na floresta mesmo. King Kong é na realidade uma grande diversão, um filme-pipoca dos mais clássicos, que está recheado de cenas inesquecíveis: a chegada à ilha, com seu imenso portal que separa a tribo indígena do resto da floresta a primeira aparição do macaco,a luta entre Kong e o dinossauro e, claro, toda a seqüência de Kong em Nova York, com Ann, sua amada em suas mãos.Tecnicamente, King Kong é um filme intrigante.
Não há muito mais o que se analisar em um filme como este. A não ser que você tente encontrar algum significado profundo ou existencialista em um filme B de monstros, que é o que ele é. Só que ele é o pioneiro, o inesquecível, o que é reconhecido por milhões de pessoas ao redor do mundo, mesmo que estas pessoas não tenham visto o filme. Hoje em dia vale como uma curiosidade, não é incrivelmente divertido nem excitante como certamente foi há mais de 70 anos, mas ainda vale como um passatempo de qualidade, com personagens caricatos e interessantes. Temos uma bela mocinha e um grande vilão (em todos os sentidos), o que mais se pode querer para uma tarde chuvosa de sábado?
Nota:9



FARGO (1996)
Idioma:Inglês
Direção:Joel Coen e Ethan Coen

O filme, que se diz baseado em factos verídicos, passa-se em 1987 no Minnesota e conta a história de um vendedor de carros chamado Jerry Lundegaar que precisa de dinheiro o mais rápido possível, para poder investir num novo negócio, para assim evitar a falência.Dado que a única pessoa rica que ele conhece, que lhe podia arranjar o dinheiro é o seu sogro e este não lho dá, ele arranja um esquema para raptar a sua esposa, contratando dois larápios, Showalter e Grimsrud.Mais tarde iria dar uma certa quantia do resgate que o sogro pagaria aos raptores e ficar com o resto para o tal negócio. Tudo parecia simples até que tudo dá errado, o que leva a que os cadáveres se comecem a acumular o que faz com a chefe de polícia Marge Gunderson se ponha em perseguição dos criminosos.Os irmãos Coen trazem-nos mais um excelente filme, que embora não seja o melhor filme deles é uma excelente fita e um dos mais aclamados dos Coen.O seu argumento é hilariante e que realmente ajudam no desenvolvimento da história. Mas não é só Frances McDormand que brilha, mas sim todo um elenco composto por atores bastante subvalorizados por Hollywood. William H. Macy esteve perfeito no papel de um homem desesperado que está disposto a arriscar tudo num plano que tem tudo para dar errado. E mais uma vez, Steve Buscemi é genial, como um dos desajeitados raptores adoro esse ator por mais que ele nunca faça o personagem principal ele sempre tem um jeito peculiar de roubar totalmente as cenas! adoro de mais ele.Como sempre os Coen fizeram um excelente trabalho na realização, onde fizeram um excelente uso das paisagens que percorrem sempre de forma única o filme.Mais uma vez os Coen provam serem bastante dinâmicos e no fundo geniais.Adorei o fato de colocarem a policial grávida e de quando o marido liga para falar com o sogro sobre o sequestro da filha ele traina antes e quando de fato ocorre a ligação ele pede por favor na linha, como se fosse uma ligação trivial.
Nota:9





RAINHA CHRISTINA (1933)
Idioma:Inglês
Direção:Rouben Mamoulian

O filme é muito bem conduzido pelo Rouben Mamoulian, um diretor pouco lembrado hoje mas que foi dos mais talentosos, e que brilhou na década de 30, principalmente. Ele conseguiu criar imagens de rara beleza e de difícil confecção, saltando aos olhos a cena de abdicação do trono, a cena final e, principalmente, a belíssima cena em que Greta Garbo memoriza o quarto, de três minutos de duração, sem diálogos, só com ela percorrendo o quarto e contemplando tudo nele. Uma cena marcante e romântica em alto estilo.O resto do elenco não passa nem perto de ter o mesmo carisma da Garbo, mas se sustenta bem. Laurence Olivier estava escalado para ser o par romântico de Garbo, mas ele foi dispensado já no começo das gravações por não haver nenhuma química entre eles, o que foi traumático para o grande ator inglês, que se afastou um pouco do cinema por causa disso felizmente retornando depois. Isso é compreensível, já que realmente ele era novo demais para contracenar com a Greta Garbo. Felizmente Garbo então fez um lobby para que chamassem John Gilbert, seu parceiro de tantos filmes, que estava no ostracismo por ter brigado com Louis B. Mayer, chefão da MGM. "Rainha Cristina" é uma prova de que não havia nenhum problema com a voz dele, um mito criado por Mayer no intuito de destruir sua carreira. Lamentavelmente este filme chegou tarde demais para reabilitar a carreira do John Gilbert, mas ele pelo menos foi a escolha acertada para o papel, já que química com a Garbo ele tinha de sobra.
Este filme é quase um hino à liberdade pessoal, contra as amarras da sociedade. Greta Garbo inclusive reclama que está "cansada de ser um símbolo", querendo ser uma pessoa comum, o que certamente encontrava repercussão também na sua vida de estrela mundial, cansada dos holofotes, logo ela que sempre foi reclusa. A ambiguidade inclusive sexual de Greta Garbo é perfeita para encarnar a monarca do filme, também notoriamente lésbica. Não atrapalha em nada também o fato de Greta Garbo também ser sueca, evidentemente. É claro que, por ser um filme da década de 30, romancearam toda a história da rainha sueca, mas relevando-se isso o filme funciona muito bem. Tem alguns defeitos, algumas cenas envelheceram, mas o saldo geral é muito positivo, é um filme marcante, possivelmente o melhor de Greta Garbo. Se o filme precisava muito de uma atriz como ela, a estrela sueca também precisava de um filme, e um papel, como esse, que lhe possibilitasse brilhar como nunca. Em sua carreira brilhante, mas curiosamente composta de poucos grandes filmes, "Rainha Cristina" mantém-se como um clássico e como uma prova da grande atriz cartismática que foi Greta Garbo. Uma simples constatação disso é possível de se ver na cena final: A pedido de Rouben Mamoulian, há um close de Garbo em que ela ficou o tempo todo pensando em nada, com o rosto impassível, lívido. O plano dura quase um minuto, e é muito significante, lemos toda a emoção da personagem naquele semblante. Greta Garbo fazendo nada é mais eloquente que muitas atrizes se esforçando ao máximo.
Nota:9





RUA 42 (1933)
Idioma:Inglês
Direção:Lloyd Bacon

O filme retrata o trabalho duro de toda uma equipe envolvida em um espetáculo musical, enfatizando como era duro conseguir um emprego e fazer dinheiro em uma época de depressão econômica, como também conta a história de uma iniciante que em poucas horas se torna uma estrela do show business.
O enredo mostra interessantes arquetipos como: o estressado e indisposto diretor sempre gritando com a sua companhia, a corista inocente lançada ao estrelato, o incrível e apaixonado tenor, o assediado coreógrafo, a estrela temperamental envolvida em romance clandestine com o “vaudevillian” sedutor , o produtor em apuros financeiros, as apimentadas dançarinas.Diretor Julian Marsh e produtor Abner Dillon anunciam que vão produzir um show na Broadway, no teatro da Rua 42, Nova Iorque.A comédia musical “Pretty Lady” começa a ser montada. Peggy Sawyer, recentemente chegada na Big Apple, consegue um trabalho para a coreografia do musical “Pretty Lady”. A estrela principal do show Dorothy Brock quebra o tornozelo na noite em que antecede a abertura do show.Então, a novata Peggy, indicada por membro do elenco, é colocada para estrelar o espetáculo por sua habilidade em cantar e dançar. Para isso, em poucas horas, ela passa por um intenso treinamento que a leva à exaustão. Toda a companhia está apostando em seu talento, o stresse da moça ainda é maior, porque o sucesso do show depende da sua performance. Bravamente a jovem estréia e é um enorme sucesso.O elenco é notável. Vale a pena conferir as inesquecíveis coreografias de Busby Berkeley aos som das canções “Shuffle off to Buffalo”, Young and Health” e 42nd Street”.
Nota:9

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